Com diagnóstico confirmado em sua família, Jéssica Cavalcante, estudante de pedagogia, vai ao médico com frequência realizar o exame do câncer de mama. “Faço a avaliação como forma de prevenção, devido a hereditariedade de câncer em minha família, mas até hoje não houve nenhuma alteração na minha mama”. Em 2009 a mãe de Jéssica foi diagnosticada com câncer, quando a estudante era criança, pelo seu grau de idade, não tinha maturidade para compreender a gravidade da doença, e mesmo assim, sentiu, que todos foram pegos de surpresa.
Em termos técnicos e biológicos parece ser um simples descontrole na multiplicação de células anormais, mas essa mutação genética provida por alguma célula, gera um dos maiores problemas de saúde na vida das mulheres, conhecido pelo câncer de mama, que segundo o Instituto Nacional do Câncer (IANC) a doença é a segunda que mais atinge as mulheres em todas as regiões do País, exceto na Região Norte, em que o câncer do Colo do Útero têm um maior registro. Já são quase 12 anos de campanhas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde sobre o Câncer de Mama, o Outubro Rosa, com o objetivo de conscientizar e alertar as mulheres sobre a importância da prevenção.
Foi através da Campanha do Outubro Rosa, que a contadora, Suelen Lago, descobriu o seu diagnóstico positivo do câncer. “Aproveitei a campanha justamente para colocar em dia meus exames, e descobri que eu tinha o carcinoma. Não foi fácil, o tratamento é complicado e doloroso, com 14 dias que eu tinha feito a primeira quimioterapia tive que raspar os meus cabelos, também tomei 17 vacinas. O paciente oncológico continua em tratamento pelo o resto da vida, ainda hoje tomo medicações todas as noites,um bloqueador hormonal, até parei de menstruar, e nem podia tomar nenhum chá para aliviar os sintomas da menopausa”, relata.
Conhecer o próprio corpo é fundamental na prevenção do câncer, segundo a enfermeira Flávia Oliveira, a indicação é que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos como forma de prevenção. “O exame detecta o câncer em fase inicial, o que diminui as chances de tratamentos mais invasivos. O tratamento afeta não apenas a pessoa com o diagnóstico, e sim à família como um todo, pois junto com um resultado confirmado da doença, vem o medo, as dificuldades, a burocracia, além de outras dificuldades que afeta também a autoestima da mulher onde muitas das vezes necessita fazer uma mastectomia parcial ou total, unilateral e ou bilateral”, explica a enfermeira.
Considerada uma doença maligna, existe uma certa barreira sobre o assunto em relação a mulheres mais jovens e homens, por não verem a necessidade dessa preocupação. De acordo com a enfermeira Flávia é importante a realização do exame. “Os homens também possuem glândulas mamárias, o que não exclui a possibilidade de desenvolver a doença, e as mulheres mais jovens também precisam ficar atentas aos fatores de risco”.
Por se tratar de um município de baixa complexidade, as mulheres diagnosticadas são direcionadas para municípios de referência como Tucuruí, Belém ou para outros estados, como foi a situação de Suelen que a cada 21 dias realizava o tratamento no estado de São Paulo.
“Esta reportagem foi produzida com apoio do programa Diversidade nas Redações, da Énois, um laboratório de jornalismo que trabalha para fortalecer a diversidade e inclusão no jornalismo brasileiro. Confira as metodologias na Caixa de Ferramentas” (https://caixadiversidade.enoisconteudo.com.br/)
Por Thays Almeida
