Hoje em dia é difícil não ouvir “estou com ansiedade” ou “sou ansioso” ou ainda “tenho crises de ansiedade”. Vamos entender o que é ansiedade? Vem comigo!
A ansiedade consiste numa emoção própria da vivência humana, natural e fundamental à autopreservação. Mas, quando é muito frequente e intensa, torna-se um transtorno, podendo causar angústia e sofrimento que impactam a qualidade de vida das pessoas. Ou seja, é normal sentir-se ansioso porque é do nosso organismo, como um mecanismo de defesa alertando um possível perigo. A partir do momento em que esses sintomas vão se tornando mais intensos, excessivos a ponto de te paralisar, podemos estar diante de um Transtorno de Ansiedade. Para se ter o diagnóstico é importante a consulta com um profissional qualificado.
De antemão ressalto a importância de você identificar esses momentos que causam os sintomas ansiosos. E aqui vale lembrar que estamos com sintomas de ansiedade, mas não somos ansiosos, ok? Ser é diferente de ter, compreendendo isso fica melhor para compreendermos essas situações que nos traz sintomas de falta de ar, taquicardia, sudorese, náuseas dentre tantos outros.
Certo. Agora, o que as redes sociais tem a ver com a ansiedade? Num texto anterior, falei um pouco sobre o uso de álcool e drogas como regulador emocional e a dependência dessas substâncias na nossa vida e no cérebro. Pois bem, as redes sociais e o uso do celular, de forma desregular, também gera uma abstinência bem parecida com as das substâncias do álcool/nicotina.
Portanto, o mau uso da internet e/ou das redes sociais está:
- uso excessivo;
- exposição demasiada da vida pessoal nas redes sociais;
- uso do anonimato para a prática de cyberbullying, entre outros, levando ao isolamento dos indivíduos;
- mudança de comportamento, principalmente de crianças e adolescentes;
- aumento do individualismo;
- dependência digital;
- monofobia (medo ou pânico, gerado pela incapacidade de comunicação por ficar longe do seu próprio celular ou aparelhos tecnológicos);
- depressão e;
- transtornos de ansiedade.
É proibido usar? Não! Assim como o álcool que é uma droga legalizada, portanto, não é proibida, as redes sociais também não. Tanto num caso, como no outro, o que se orienta é saber utilizar. Levamos serviço para casa porque a todo momento estamos conversando com um colega, ou o chefe ou planejando algo após o expediente. Levamos problema de casa para o serviço porque estamos em contato com os pais ou esposa(o) discutindo sobre assuntos que podem ser resolvidos após o trabalho.
Estamos a todo momento querendo ver o Instagram ou a notificação que chega de 3 em 3 segundos. Seguimos pessoas que tem uma vida de rainha/rei, sempre viajando, se divertindo, sem muita responsabilidade (ao menos é o que é mostrado) e ficamos com aquela sensação de “será que vou conseguir ter isso um dia?” e a ansiedade aumenta quando nossa realidade está muito distante dessa que vemos através de uma tela.
A dica de hoje é: desconecte um pouco das redes e conecte com pessoas próximas a você. Chegue em casa após o serviço e brinque com seu filho(a), dê a atenção necessária sem celular. Vá na casa de um amigo(a) e conversem, falem sobre a infância, sobre música, sobre jogos (de tabuleiro, de preferência) e joguem! Joguem UNO, Imagem e Ação, Banco Imobiliário, Baralho, Dama. E nesses momentos, deixem o celular um pouco de lado!
E caso tenham curiosidade sobre um experimento realizado pelo psicólogo canadense Bruno Alexander, procurem no Youtube “Parque dos Ratos” e reflitam sobre seu estudo. De preferência assista durante o dia para ter um momento de qualidade com sua família e/ou amigos no período noturno.

Amanda Pedroso de Freitas
Psicóloga
CRP-09/10533